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A História Completa do Funil de Vendas: Da Origem ao Funil Neuroestratégico Moderno (Com Fotos Inéditas e Reconstruídas)

  • Foto do escritor: Alan Oliveira
    Alan Oliveira
  • 23 de jun.
  • 17 min de leitura

Atualizado: 9 de jul.


Antes de existir televisão, internet, celular ou Google Ads, em 1898, St. Elmo Lewis já descrevia o comportamento de compra humano com o modelo AIDA. Desde então, o cérebro humano não mudou tanto, mas o mercado sim.




1 - A Origem:



Você sabe quem foi a primeira pessoa a idealizar o Funil de Vendas?


Imagine o mundo em 1898...


Automóveis ainda engatinhavam nas ruas de paralelepípedo...

A eletricidade começava a iluminar as vitrines das primeiras grandes lojas em Nova York...

Alexander Graham Bell havia inventado o telefone pouco mais de 20 anos antes...


E ninguém, absolutamente ninguém usava a expressão “funil de vendas”.


Foi nesse exato cenário de transformação que surge Elias St. Elmo Lewis (1872-1948), publicitário, estrategista e um dos primeiros observadores atentos da mente humana em contexto comercial.


Lewis tinha um interesse peculiar, ele se questionava sobre o processo mental que um consumidor passava ao decidir fazer uma compra.



Imagem histórica originalmente publicada no portal Toolshero.com, com base em acervo público. A presente versão foi restaurada e colorizada digitalmente

por mim, Alan Oliveira, com técnicas avançadas de reconstrução visual no photoshop, resultando em um dos poucos registros humanizados de St. Elmo Lewis disponíveis na internet.


Naquela época, a arte da venda dependia principalmente da intuição, tentativas e habilidades dos vendedores de rua. Poucos conseguiam explicar por que alguns tinham sucesso nas vendas enquanto outros falhavam.


Muitos simplesmente repetiam técnicas, Lewis se destacava por sua abordagem, ele analisava o comportamento das pessoas em lojas, ruas, jornais e feiras.


Durante uma de suas investigações, ele identificou um padrão interessante: os consumidores não tomam decisões de compra instantaneamente, eles atravessam fases mentais invisíveis.


Esse insight foi crucial e alterou o curso da história.



A partir da reconstrução visual original desta imagem histórica, utilizei tecnologia avançada de inteligência artificial para gerar esta representação em vídeo, onde St. Elmo Lewis considerado o pai do Funil de Vendas compartilha, de forma humanizada, um breve relato sobre sua própria contribuição para a história do marketing moderno. Este material inédito foi produzido exclusivamente como parte do meu projeto autoral de resgate e contextualização histórica aplicada às estratégias comerciais atuais.
"A missão de qualquer estratégia de vendas é simples na teoria, mas poderosa na prática: primeiro, Atrair o olhar; depois, capturar o Interesse; em seguida, transformar curiosidade em Desejo; e, por fim, mostrar o caminho para a Ação."
— Adaptado de E. St. Elmo Lewis, 1903 — o pai do Funil de Vendas.

Mais de 120 anos depois, a lógica de Elias St. Elmo Lewis continua sendo a espinha dorsal de todo processo comercial de alta performance.


💡 Momento Curioso — Como o AIDA quase não foi chamado AIDA

Poucos sabem, mas na época em que St. Elmo Lewis começou a compartilhar seu modelo, ele não batizou a estrutura formalmente como AIDA.


O termo AIDA (Attention, Interest, Desire, Action) só ganhou força anos depois, quando outros profissionais de marketing começaram a sistematizar o raciocínio.


Ou seja: o próprio "funil de vendas" surgiu antes mesmo de ganhar esse nome elegante que usamos até hoje.


Neste blog, vamos muito além do básico aqui você vai descobrir como aplicar o funil com estratégia real, neurociência aplicada e resultados mensuráveis sem fazer mais do mesmo.





Um pouco mais de História, clique para explorar a linha do tempo:



Décadas 1920 ~1950 (James Walter Thompson):

Retrato artístico restaurado de James Walter Thompson, fundador da primeira grande agência de publicidade dos Estados Unidos. Na imagem, ele aparece com trajes formais e fundo marítimo, simbolizando a expansão internacional da JWT no início do século XX — um marco na profissionalização da propaganda e no nascimento do marketing moderno. Imagem Otimizada
Otimizei a imagem de James Walter Thompson, fundador da JWT, pioneiro da publicidade moderna e da aplicação de métodos estruturados de persuasão no século XX.

A publicidade começa a se profissionalizar com as primeiras agências americanas, como a J. Walter Thompson.


A ideia do funil passa a ser aplicada na propaganda impressa e rádio.


A J. Walter Thompson foi, de fato, a primeira agência de publicidade internacional a se instalar no Brasil, em 1929, no Rio de Janeiro.


A chegada dela foi um divisor de águas no nosso mercado publicitário.


Pela primeira vez, o Brasil começou a trabalhar comunicação e vendas com base em métodos estruturados e não apenas em talento individual de vendedores ou redatores.


Essas agências não só vendiam espaço publicitário, mas também traziam consigo as metodologias de persuasão americanas, entre elas o AIDA o embrião do funil.


Quando a J. Walter Thompson desembarcou no Brasil, algo fascinante começou a acontecer.


Eles não trouxeram apenas anúncios, mas sim uma nova forma de dialogar com o imaginário coletivo brasileiro.


Rapidamente perceberam que, para vender aqui, não bastava replicar os modelos americanos.


Era preciso mergulhar na alma cultural do país. Foi assim que adaptaram suas campanhas para se conectar com o que realmente movia as emoções do público:


O futebol, símbolo emergente da identidade nacional e paixão popular.

O carnaval, com sua energia, festividade e a natural associação ao consumo.

As músicas populares, que começavam a ecoar nos rádios e ganhavam o coração do povo.


A partir dessa observação quase antropológica, nasciam também os primeiros jingles publicitários de massa no Brasil.


Canções criadas não apenas para informar, mas para grudar na memória, ainda de forma intuitiva, o que hoje a neurociência reconhece como o poder da memória auditiva associativa.


Um comercial não era apenas visto, ele era cantado, repetido e lembrado. Mas talvez o que mais impressione na visão da JWT naquele período seja algo ainda mais avançado eles já começavam a estudar as emoções por trás das escolhas de compra.



Quem foi John William Twycross





A partir da reconstrução visual original destas raras imagens históricas, utilizei tecnologia avançada de inteligência artificial para dar vida a esta representação em vídeo, onde John William Twycross, considerado um dos fundadores da indústria publicitária moderna, compartilha de forma humanizada um breve relato sobre sua trajetória e o impacto pioneiro de suas ideias na construção do mercado de comunicação global.

Este material inédito foi produzido exclusivamente como parte do meu projeto autoral de resgate e contextualização histórica aplicada às estratégias comerciais atuais.



📸 Momento Curioso: A foto que quase desapareceu da história

Realizei a restauração completa e a colorização digital da imagem, resgatando detalhes visuais há muito apagados pelo tempo.

Enquanto vasculhava arquivos antigos, tropecei numa imagem curiosa de John William Twycross, em pleno início do século passado, fotografando o próprio filho ao lado de maquetes, num estúdio improvisado, sem pretensão de exibição pública.


Curiosidade: Twycross era autodidata e nunca expôs suas fotos em vida.

Essa imagem ficou esquecida por décadas, até ser digitalizada e publicada na Wikipedia.


Mas o que mais me chamou atenção foi o paralelo quase poético no mesmo período em que um pai ensinava o filho a capturar o mundo, a publicidade começava a tentar capturar algo ainda mais invisível "como transformar emoções em decisão de compra".


Foi nesse tempo que surgiram as primeiras perguntas que mudariam tudo:


"Se essa marca fosse uma pessoa, como seria?"

Sem saber, estavam abrindo as portas do branding emocional que move as marcas até hoje.



Ainda nos anos 1930, conduziam pesquisas de campo onde perguntavam:


“Como você se sente ao pensar nesta marca?”

Na prática, estavam desenhando décadas antes de termos os termos técnicos os primeiros esboços dos atuais:


  • Testes de associação implícita

  • Mapas de arquétipos de marca

  • Modelos neuroassociativos que hoje estruturam o branding emocional


Ao restaurar esta fotografia de Melbourne em 1921, vi muito mais do que uma simples rua antiga.


Aqui, num único quadro, convivem o velho e o novo:

cavalos, carroças e os primeiros automóveis.


Essa cena marca o início de uma dinâmica que o marketing estuda até hoje: Como o consumidor lida com o novo.


Por trás da troca do cavalo pelo carro, existiam as mesmas dúvidas que vemos hoje com carros elétricos, IA e qualquer tecnologia emergente:


"Será que funciona?"

"Será que é seguro?"

"Será que vale o investimento?"


Curiosidade: Para cada nova solução, o cérebro humano repete o mesmo ritual: primeiro observa, depois testa, só então confia.


No fundo, é nesse exato conflito mental que nasce a importância dos funis de vendas.




Anos 1960 ~1980 (David Ogilvy):

Quando comecei a restaurar esta imagem de David Ogilvy uma das poucas fotos clássicas dele em alta definição percebi o quão simbólica essa expressão é um olhar atento, quase clínico, de quem não vendia apenas produtos, mas decifrava o comportamento humano.


Ogilvy não foi só publicitário. Ele foi, na prática, um dos primeiros engenheiros do que chamamos hoje de branding emocional e neurocopywriting muito antes desses termos existirem.


A era do "Mad Men". Agências como Ogilvy & Mather sofisticam o estudo do comportamento do consumidor.

Os primeiros conceitos de branding surgem, mas o funil continua majoritariamente linear.


Esse ano Marca uma verdadeira era de ouro da publicidade, muitas vezes simbolizada pela série Mad Men, que retrata com bastante fidelidade os bastidores das grandes agências da Madison Avenue, em Nova York.


Na década de 1960, as agências deixam de vender produtos e passam a vender ideias e estilos de vida.


O foco deixa de ser o produto e passa a ser o consumidor.


O comportamento do consumidor vira ciência, com uso de pesquisas qualitativas, dados demográficos e insights emocionais.



A partir da reconstrução visual original destas imagens históricas, utilizei tecnologia avançada de inteligência artificial para dar vida a esta representação em vídeo, onde David Ogilvy, referência mundial em publicidade e um dos grandes responsáveis pela consolidação do marketing moderno, compartilha de forma humanizada um breve relato sobre sua trajetória, seus princípios e o legado de suas contribuições para o universo da comunicação estratégica. Este material inédito foi produzido exclusivamente como parte do meu projeto autoral de resgate e contextualização histórica aplicada às estratégias comerciais atuais.


Anos 1990 (Marc Benioff):


A imagem acima apresenta Marc Benioff, fundador e CEO da Salesforce, durante um dos icônicos eventos da TechCrunch Disrupt. Utilizei tecnicas avanças de restauração para otimizar a imagem para nosso canal. Este trabalho integra o projeto autoral de reconstrução visual histórica, com o objetivo de preservar, valorizar e reinterpretar grandes momentos e personalidades que transformaram o mundo dos negócios. Imagem original sob licença Creative Commons.

Uma das maiores viradas da história das vendas foi nascimento da Salesforce, fundada por Marc Benioff ex-executivo da Oracle, visionário que percebeu o potencial da nuvem antes de praticamente todos os gigantes de tecnologia.


Pela primeira vez, os vendedores ganham uma ferramenta capaz de mapear cada interação do cliente em tempo real, registrando comportamentos, preferências e ciclos de compra com um nível de detalhamento impossível nas décadas anteriores.


O funil de vendas ainda mantinha sua herança linear, inspirado no velho AIDA (Atenção, Interesse, Desejo, Ação), mas agora era alimentado por uma quantidade exponencial de dados.



💡 Momento Curioso: A Invenção Invisível- Como a Salesforce Reprogramou o Cérebro Comercial do Mundo?

Quando comecei a mergulhar no impacto da Salesforce, me deparei com algo que vai muito além de um CRM bem organizado. Em 1999, Marc Benioff e sua equipe lançaram a Salesforce com a visão de “automação da força de vendas na nuvem”, mas, sem alarde, eles criaram algo ainda mais poderoso: uma nova linguagem para pensar vendas.


Infográfico de funil de vendas com etapas pipeline, pontuação de leads, qualificação, proposta e fechamento inclui conceitos de forecast, gestão de oportunidades e estratégias de vendas B2B modernas baseadas em CRM como Salesforce.
Infográfico visualizando o modelo de Funil de Vendas. Abaixo, o funil está dividido em quatro etapas, de cima para baixo: Pontuação de Leads, Qualificação, Proposta e Fechamento. À esquerda do funil, há um ícone representando o Pipeline com barras horizontais em diferentes tons de azul. À direita, um gráfico de linha ascendente simboliza o Forecast.

Antes da Salesforce, termos como pipeline, estágios de vendas, pontuação de leads, forecast e oportunidade não faziam parte do vocabulário estruturado dos vendedores.


A partir do Sales Cloud, esses termos se tornaram elementos concretos o funil deixou de ser uma metáfora e virou um mapa mental para gerir negociações .



Anos 2000 (Brian Halligan):

Otimizei para em alta definição de Brian Halligan, cofundador da HubSpot, durante uma de suas apresentações no evento INBOUND. Nesta conferência, Halligan aprofunda as bases do Inbound Marketing, destacando como o comportamento do consumidor moderno exige uma nova abordagem de vendas baseada em atração, conteúdo educativo, neurociência da decisão e redução de risco na jornada de compra. Esta restauração preserva um dos registros visuais mais emblemáticos da ascensão da HubSpot como referência global em marketing digital.


Brian Halligan, fundador da HubSpot, referência global em Inbound Marketing, posando em ambiente corporativo moderno imagem usada em artigo sobre transformação digital, vendas B2B e estratégias de automação de marketing.
Melhorei digitalmente a imagem de Brian Halligan, o criador da HubSpot e uma figura proeminente na evolução do Inbound Marketing desde 2006. A sua perspectiva revolucionou a abordagem de vendas, introduzindo automação, desenvolvimento de leads e táticas de conteúdo expansíveis no contexto do SaaS.

O mundo está em constante transformação. A internet dos negócios está se expandindo rapidamente, sem que a maioria das pessoas perceba que isso está acontecendo.


Uma transformação silenciosa está em curso na World Wide Web. Em 1999, um ponto de inflexão ocorreu nasceu a Salesforce, fruto da mente do ex-executivo da Oracle Marc Benioff, que foi um dos primeiros a compreender a plena promessa da computação em nuvem, muito antes da IBM e da Microsoft.


A Revolução das Vendas: Pela primeira vez, os vendedores não estavam voando às cegas. Em vez disso, cada clique, abertura de e-mail e ação do cliente são mapeados, registrados e analisados em tempo real.


Agora conseguimos mapear: Quais eram suas preferências, quais são seus ciclos de compras, suas hesitações/objeções.


Tudo isso assume uma certa forma, como se o funil de vendas tivesse de repente se tornado consciente.


Mesmo nesta nova era, a antiga estrutura de vendas ainda é a mesma o modelo AIDA (Atenção, Interesse, Desejo, Ação) mantém-se firme.


Enquanto gigantes como Salesforce reprogramavam a forma como os vendedores gerenciam o funil de vendas.


Brian Halligan percebeu uma transformação ainda mais profunda, o problema não era apenas o funil em si, mas sobretudo como os clientes chegavam até ele.



Naquela época, o marketing era dominado pelo modelo de interrupção:


Cold calls: ligações não solicitadas que irritavam potenciais clientes.

Anúncios invasivos: interrompiam a jornada do usuário e geravam rejeição.

Spams de e-mail: saturavam caixas de entrada e minavam a confiança.

Feiras e eventos custosos: exigiam altos investimentos com retorno incerto.Mas o mundo estava mudando com força.



Estudos revelam que: 81% dos consumidores pesquisam produtos online antes de comprar, mesmo no varejo físico deles fazem pelo menos alguma pesquisa online antes da compra. Cerca de 70% dos consumidores preferem aprender sobre marcas por conteúdo (blogs, vídeos) do que por anúncios tradicionais.



Foto restaurada registrando Brian Halligan (Camisa branca), Dharmesh Shah (camisa social azul) e o investidor David Skok (Camisa vermelha) durante o INBOUND. Brian e Dharmesh, fundadores da HubSpot, uniram visão estratégica e inovação técnica para criar o Inbound Marketing. Ao lado deles, David Skok, investidor e mentor, foi peça-chave no crescimento inicial da empresa, ajudando a consolidar a HubSpot como referência global em marketing digital.


Brian Halligan, ao lado de Dharmesh Shah, captou essa virada de forma quase cirúrgica e lançou o termo que alteraria as regras do jogo "Inbound Marketing".


Em vez de interromper, a ideia era criar um ecossistema de conteúdo que atraísse o cliente de forma orgânica o lead deixava de ser caçado para escolher vir até você.

Naquele momento, isso era quase ofensa frente ao marketing tradicional.


O insight de Halligan foi simples, mas poderoso:


O cliente moderno odeia ser interrompido, mas adora ser informado.

Uma empresa que se torna fonte confiável de informação vira a escolha natural de compra.


Marketing deixa de ser “quem grita mais alto” e passa a conquistar confiança através de conteúdo útil.


E a verdadeira revolução da HubSpot foi transformar essa filosofia em software completo SEO visibilidade orgânica nos buscadores.


Automação de e-mails: Mensagens segmentadas e personalizadas.

Criação de blog posts: Conteúdo relevante e educativo.

Geração de leads: captura sistematizada de interesse.

CRM integrado: Acompanhamento centralizado dos contatos.

Análise em tempo real: Métricas para otimização imediata.


Essa integração entregou um sistema operacional de inbound marketing do início ao fim.


Infográfico sobre Inbound Marketing destacando taxa de fechamento de leads de 14,6%, geração de 3 vezes mais leads por dólar investido e crescimento de geração de leads em 7 meses, representando os resultados de estratégias de conteúdo, automação de marketing, CRM integrado, funil de vendas moderno, neurociência aplicada à decisão de compra e vendas B2B.
Descubra como o Inbound Marketing gera 3x mais leads por dólar investido, com taxa de fechamento de 14,6% e crescimento acelerado em 7 meses.

Campanhas de inbound têm taxa de fechamento de leads ~14,6%, em contraste com 1,7% em estratégias outbound gera 3 vezes mais leads por dólar investido do que marketing tradicional das empresas relatam crescimento na geração de leads em apenas 7 meses após implementar inbound.








Anos 2010 (Zero da Verdade (ZMOT) ):

O Funil começou a desintegrar e podemos dizer "Bem-vindo à Era do Cliente."


Mas quando olho para trás, em direção à virada da década de 2010, reconheço evidências crescentes do ponto de inflexão mais silencioso e talvez o mais dramático que a história do funil de vendas já presenciou.


Até então, nós (empresas) costumávamos levar o cliente pela mão, mas o jogo virou e o consumidor pegou o volante.


Foi uma combinação poderosa de tecnologia acelerada e comportamento mais exigente. A informação cada vez mais fácil demais de encontrar, isso acarretou em mídias sociais colocaram um holofote na validação pública.


Isso significava que qualquer pessoa podia compartilhar experiências, recomendar ou criticar empresas em tempo real.

Relatos de clientes emprestavam força coletiva uns aos outros e assim, o "boca a boca" se tornou global.


Conteúdo sob demanda proporcionou liberdade intelectual.

Vídeos do YouTube, posts em blogs, ebooks, webinars, podcasts.


Nunca antes o comprador teve tantos recursos de informação à disposição ao formar uma opinião antes de realmente falar com um vendedor.


Avaliações e marketplaces eliminaram a assimetria de informações. Amazon, TripAdvisor, Reclame Aqui, Google Reviews e centenas de outras plataformas possibilitaram que o cliente não só comparasse produtos, mas experiências de consumo em minutos.


O uso de comparadores virtuais de preços colocou as margens e argumentos comerciais sob pressão.


Alguns cliques e o comprador já sabia quem vendia por menos, com melhores condições, melhor envio e melhores bônus adicionais.



Imagem representativa do conceito ZMOT (Zero Moment of Truth), originado pelo Google em 2011, ilustrando o momento zero da verdade no comportamento de compra, quando o consumidor inicia pesquisas e decisões antes de interagir com a empresa, integrando estratégias de funil de vendas, marketing digital, neurociência da decisão, jornada do consumidor e vendas B2B modernas.
Google ZMOT Study 2011, Forrester 2014, Journal of Management Information Systems 2014 O Momento Zero da Verdade (ZMOT) nasce: O comportamento também ganhou um nome, cortesia do próprio Google, em 2011: ZMOT — Zero Moment of Truth.

O momento zero da verdade ocorre quando o consumidor, por conta própria, dá o primeiro passo no seu processo de compra antes mesmo de falar com qualquer empresa.


O que é tão interessante sobre esse conceito e eu o uso até hoje nas estratégias dos meus clientes é o quanto ele rompeu com esse modelo mental linear de vendas.


Anteriormente, o ciclo era mais ou menos assim:

  1. Anúncio publicitário chamativo.

  2. Vendedor entra em contato.

  3. Negociação de vendas.

  4. Fechamento.


E agora esse processo pode já ter ocorrido 80% antes mesmo de a empresa saber disso.


O cliente chega ‘pré-formado.’ Eles têm seus filtros mentais, seus jogadores eliminados, suas objeções e suas prioridades.


E mais se sua marca não apareceu nesses micromomentos ocultos, você nem sequer saiu da linha lateral.


Assim chegamos ao fim do funil reto e a ascensão do labirinto de micro-jornadas. Esta é a grande ideia da mudança dos anos 2010 uma estrada não mais percorrida.


Os compradores vão onde querem. A jornada de compra se divide em dezenas de pequenas decisões, tendo a me referir a isso como um “funil líquido.”


A pessoa pode:


  • Identificar um problema em um vídeo do YouTube

  • Ler uma comparação técnica no LinkedIn

  • Ler uma avaliação ruim em um fórum

  • Comunicar-se em um grupo privado do WhatsApp

  • Assinar um teste grátis


E isso antes de falar com um consultor. Tudo isso acontece antes mesmo de aparecerem em seu CRM.




Anos 2020 até os dias de hoje (Daniel Kahneman):

Em um raro registro feito no verão de 1979, no campus de Stanford, vemos dois jovens cientistas Amos Tversky (à esquerda) e Daniel Kahneman (à direita) ao lado de Gili Bar-Hillel, filha da pesquisadora Maya Bar-Hillel, autora desta fotografia.

Poucos anos antes, suas descobertas estavam desafiando tudo o que se sabia sobre como o ser humano realmente toma decisões. No lugar da lógica previsível, eles revelaram os atalhos mentais, os vieses inconscientes e os erros sistemáticos que moldam nosso julgamento da heurística de ancoragem à Teoria da Perspectiva.

A restauração desta imagem resgata não só suas feições, mas o próprio nascimento da economia comportamental hoje base para áreas como vendas, negócios e neurociência aplicada.



Agora não se trata de uma questão de etapas já predeterminadas, não se trata sequer de apenas automatizar fluxos.


O que está em jogo aqui é algo mais invisível: a estrutura do processo de decisão associada a cada prospect.


Oficialmente, entramos na Era Neuroestratégica das Vendas.


Eles avançam, recuam, pulam etapas, voltam ao material antigo, buscam opiniões contraditórias em trocas fluidas e não lineares que são todas ordenadas em torno dos ditames de seu próprio cérebro buscando encontrar equilíbrio: Desejo, Risco e Segurança emocional.


Neste raro registro, capturado durante os anos de parceria em Stanford, vemos Daniel Kahneman (à esquerda) e Amos Tversky (à direita) em um momento descontraído fora dos laboratórios. Foi em encontros como este, longe das salas de aula, que nasceram algumas das ideias mais disruptivas sobre a mente humana: os atalhos inconscientes, os vieses sistemáticos e os paradoxos de decisão que formariam a base da economia comportamental.

Décadas depois, essas descobertas transformariam não apenas a psicologia, mas também negócios, vendas, finanças e marketing.

Esta versão restaurada da fotografia preserva a espontaneidade do momento e resgata o simbolismo de duas mentes que redesenharam nossa compreensão sobre como decidimos.



E é aqui que uma das chaves do comércio moderno entra em ação algo chamado de Tendência à Segurança...



"O cérebro humano tem uma tendência natural a escolher a opção mais segura dentro de qualquer decisão."


As pessoas não compram o melhor. Elas compram o que parece ser a opção mais segura.


A teoria central do comportamento de compras sob alta complexidade e o trabalho do vendedor também está se transformando.


Se, no passado, o vendedor era apresentador de propostas e condutor de negociações, hoje eles atuam como arquitetos da percepção de risco redutores de incertezas e indutores de decisões emocionais.


As equipes comerciais de alto desempenho e crescimento que conheço atualmente não treinam suas equipes apenas nas "técnicas de fechamento", mas sim com:


  • Leitura de linguagem não verbal.

  • Interrogação de objeções subconscientes.

  • Desvendamento de motivações emocionais inconscientes.


Quanto ao micro, gerenciar o nível de segurança interna de um cliente durante a conversa, o colapso definitivo do funil sólido.


E o que antes era um funil com uma entrada e uma saída parecia muito mais um organismo vivo composto de microjornadas paralelas, leads de vários canais em paralelo.





2 - A dor atual:

O problema invisível de quem acha que tem funil


Vamos direto ao ponto:


A maioria das empresas hoje em dia sente que tem um funil de vendas bem definido.

Mas o que realmente possuem são pipelines fragmentados com fluxos de trabalho desarticulados.


Talvez você já tenha passado por uma situação semelhante à seguinte:



2.1 - O excesso de Leads ruins não é culpa do Marketing — É falta de maturidade de jornada


Segundo estudo da Gartner (2022), 83% dos compradores B2B já fizeram sua própria pesquisa antes de falar com um vendedor.

Isso significa que quando o lead chega ao CRM, ele pode:


  • Estar super maduro;

  • Apenas curioso;

  • Testando preços.


Quando o time de marketing joga todos esses contatos na mão das vendas, o ruído de qualificação explode.


A solução não é gerar menos leads, mas sim construir um mecanismo de mapeamento de intenção e maturidade real de compra.


Fonte: Gartner Future of Sales 2025 Report



2.2 - Conversões baixas são sinal de falta de mecanismos de redução de risco


Fotografia recente de Daniel Kahneman, psicólogo e ganhador do Prêmio Nobel de Economia, coautor da Teoria da Perspectiva com Amos Tversky, especialista em vieses cognitivos, neurociência da decisão, aversões emocionais, heurísticas inconscientes e comportamento do consumidor, fundamentos aplicados à redução de risco, tomada de decisão em vendas e estratégias de funil de vendas moderno.
Nesta fotografia recente, vemos Daniel Kahneman, uma das mentes mais influentes do século. Seus estudos pioneiros sobre como o cérebro humano toma decisões repletos de vieses, atalhos inconscientes e aversões emocionais revolucionaram a psicologia, a economia e os negócios modernos. Seu trabalho ao lado de Amos Tversky originou a Teoria da Perspectiva e levou Kahneman a receber o Prêmio Nobel de Economia em 2002.

Daniel Kahneman e Amos Tversky já mostraram em Prospect Theory que as pessoas não compram pelo ganho potencial, elas compram pela percepção de segurança emocional.


Se o lead chega à reunião sem confiança na sua solução, clareza de diferenciais e percepção de redução de risco. As taxas de conversão despencam.


É por isso que conteúdo pré-venda, social proof avançado (prova social) e microgatilhos de autoridade fazem tanta diferença antes mesmo do contato comercial.

Daniel Kahneman restaurado digitalmente; psicólogo e Prêmio Nobel de Economia, referência mundial em ciência da decisão e autor de "Thinking, Fast and Slow".





Fonte: Kahneman, "Thinking, Fast and Slow", 2011




2.3 - O CRM vira cemitério porque operamos com Scorecards incompletos


Um CRM clássico classifica leads com base em:


  • Nome

  • Empresa

  • Cargo

  • Receita estimada.


Mas no mundo atual, o que define a real probabilidade de compra são variáveis comportamentais invisíveis:


  • Urgência de mudança interna

  • Pressão política no comitê de compras

  • Medo organizacional de errar

  • Maturidade de inovação


Sem capturar esses fatores, o CRM apenas armazena contatos não qualifica contextos.


Fonte: McKinsey B2B Decision Journey, 2020



2.4 - Marketing e Vendas continuam em guerra porque operam com métricas de realidades diferentes


O marketing mede: MQLs gerados (Marketing Qualified Leads).

As vendas medem: SQLs convertidos (Sales Qualified Leads).


Ambos estão certos, mas estão medindo pontos diferentes da jornada e por isso culpam um ao outro.Empresas de alta performance integram os times em torno de uma métrica única:


"Oportunidades Reais Criadas" (Revenue Qualified Opportunities): leads validados em risco emocional, fit técnico e urgência.

Fonte: Revenue Collective Playbook, 2021



2.5- O Coração real do problema


Tentamos aplicar lógica cartesiana sobre dinâmicas biológicas de tomada de decisão.

Enquanto o cérebro humano toma decisões em loops emocionais, heurísticas de proteção e aversão à perda, o funil linear exige uma progressão racional perfeita.


O resultado?


Fricção, desperdício, perda de eficiência comercial e desmotivação de times.

A solução não está em simplesmente "gerar leads melhores", mas sim em reconstruir o funil como um "organismo adaptativo de segurança emocional progressiva".





3 - Conclusão


Hoje, mais de 120 anos depois de St. Elmo Lewis, o funil de vendas não é mais uma simples sequência linear de etapas.


Ele se transformou num organismo vivo, adaptativo, emocional e profundamente influenciado pelo comportamento humano.


Das primeiras tentativas intuitivas no início do século XX até as neuroestratégias modernas aplicadas por CEOs, o que separa empresas de alta performance das demais não é a quantidade de leads, mas a capacidade de compreender o que realmente se passa na mente de quem compra.


Este é o ponto de partida.


Nos próximos capítulos desta série, vamos explorar os frameworks, as práticas de vendas complexas e as técnicas neurocomerciais que estão reprogramando a forma como negócios de alta performance constroem funis de vendas realmente eficientes.

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