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150+ Trava-Línguas Inéditos para Melhorar a Dicção e Oratória

  • Foto do escritor: Alan Oliveira
    Alan Oliveira
  • 11 de set.
  • 14 min de leitura

Eu confesso que já tive dificuldades de dicção e, ao longo de minha carreira como palestrante, percebi que muitas pessoas enfrentam problemas semelhantes.


Sons como o "R" ou o "S" podem sair embaralhados, e isso mina a clareza da fala.


Para ajudar meus alunos (e a mim mesmo) a superar esses desafios, criei mais de 150 trava-línguas originais focados em diversos fonemas.


Meu objetivo é compartilhar estes exercícios de pronúncia que elaborei, unindo experiência pessoal e técnicas fonoaudiológicas, para que você também possa destravar a língua e falar com confiança.


Os trava-línguas são mais do que brincadeiras de infância eles misturam sons parecidos que desafiam nossa articulação e exigem uma dicção bem precisa, tanto que atores e jornalistas costumam aquecer a voz com essas frases antes de entrar em cena.


Repetir palavras e fonemas semelhantes fortalece os músculos envolvidos na fala e aprimora a pronúncia com o tempo.


Em outras palavras, praticar trava-línguas regularmente melhora a clareza e a agilidade da sua comunicação.


Neste post, organizei os trava-línguas por fonema (som específico da fala) para facilitar seu treino. Cada seção traz:


  • Trava-língua de diagnóstico: uma frase desafiadora para você ler em voz alta e identificar se aquele som é um ponto fraco. Se "travar" ou embaralhar as palavras, é sinal de que precisa praticar mais esse fonema.

  • Exercícios de dicção: uma lista de pequenas frases, palavras ou sequências focadas no fonema em questão. Use-as para treinar lentamente, aperfeiçoando a articulação. Repita várias vezes, comece devagar e aumente a velocidade conforme for ganhando confiança.

  • Trava-línguas de treino: outros trava-línguas originais (longos ou curtos) envolvendo aquele som, para intensificar a prática. Tente dizê-los em voz alta, primeiro em ritmo moderado e depois cada vez mais rápido, sem perder a clareza.


Lembre-se de articular bem cada sílaba e não tenha pressa a velocidade vem com a precisão. Se um trava-língua parecer impossível no início, não desanime: volte aos exercícios de dicção, pratique os movimentos da boca e da língua, e tente de novo.


Agora vamos aos desafios fonéticos!


Fonema A


ree

A vogal A é a mais aberta das vogais.


Deve-se abrir bem a boca ao pronunciá-la, permitindo que o som vibre livremente.


O A em português pode ser oral ("pato") ou nasal ("mãe"), mas em ambos é importante manter a clareza nada de engolir o som.


Se o seu A estiver soando fraco ou fechado demais, concentre-se em projetá-lo com a boca aberta.


Trava-língua de diagnóstico: 


A avó agarrou a arara amarela.


Exercícios de dicção:


  • Ana ama banana.

  • A vaca nada na água.

  • Casa arranjada agrada a Lara.


Trava-línguas de treino:


  • A arara raramente larga a vara.

  • A pata da vaca malhada babava.


Fonema E


ree


A vogal E tem duas aberturas principais: É (som aberto, como em "pé") e Ê (som fechado, como em "vê"). Em ambos os casos, mantenha a língua relaxada, aproximando-se dos dentes inferiores.


Evite confundir os timbres: treine distinguir É de Ê em palavras mínimas (como "pé" vs "pê"). Além disso, não engula o E átono no meio das palavras por exemplo, pronuncie cabeleireiro articulando todos os e de forma clara.


Uma dicção precisa valoriza cada vogal.


Trava-língua de diagnóstico: 


Ele bebeu cerveja e comeu geleia.


Exercícios de dicção:


  • Dedé pede teté.

  • Bebê deita cedo.

  • Helena entrega preço.


Trava-línguas de treino:


  • Ele mente descaradamente perante a gente.

  • Zé festeja dez meses de setembro.



Fonema I


ree


A vogal I é uma vogal anterior e fechada (como o som de "ii"). Deve soar bem clara, com a língua elevada próximo ao palato duro e os lábios ligeiramente esticados (como um sorriso).


É importante articular o I distintamente evite reduzi-lo ou confundi-lo com outros sons.


Por exemplo, em "saída", pronuncie claramente o I separando as sílabas (sa-í-da), sem transformá-lo em "y" deslizado.


Dê destaque ao I nas palavras para uma fala nítida.


Trava-língua de diagnóstico: 


Inês inspira tímidas risadinhas.


Exercícios de dicção:


  • A menina imita a Sininho.

  • Íris e Isis imitavam índios.

  • Irene insistiu ir à Itália.


Trava-línguas de treino:


  • Ivo e Inácio dividiram lírios lilases.

  • Inimigos íntimos imitavam indianos.



Fonema O


ree

A vogal O também apresenta versões aberta (Ó, como em "ótimo") e fechada (Ô, como em "outro"). Para pronunciá-la, faça um bico com os lábios, deixando-os arredondados.


Preste atenção na diferença de timbre: "avó" (com Ó aberto) soa diferente de "avô" (com Ô fechado).


No final das palavras, o O átono tende a soar como U (por exemplo, "canto"  "cantu"), mas vale treinar uma leve articulação desse O final para maior nitidez.


Trava-língua de diagnóstico: 


Os ovos do bolo rolaram no forno.


Exercícios de dicção:

  • O porco comeu os ovos.

  • O polvo folgou do molho.

  • Os donos puseram bolo no forno.


Trava-línguas de treino:


  • O povo todo chorou de emoção.

  • Avô e avó jogaram dominó.



Fonema U


ree


A vogal U é uma vogal posterior e fechada (como "u" em "uva"). Para articulá-la bem, faça um bico com os lábios e projete o som para trás, na garganta.


O U em português é bem marcante (exceto nas combinações QU/GU antes de E/I, onde muitas vezes não se pronuncia). Cuide para não confundi-lo com O  por exemplo, em "muito", sinta o som do U antes de deslizar para o I.


Um U claro dá peso e ressonância à fala.


Trava-língua de diagnóstico: 


Ulisses pulou o muro do buraco.


Exercícios de dicção:


  • Uma uva muda o mundo.

  • O urso usou unguento.

  • O suco de uva untou tudo.


Trava-línguas de treino:


  • O chuchu do urubu sumiu.

  • A bruxa Zuleika sujou o urinol.



Fonema P


ree

O som do P é uma consoante oclusiva surda produzida com os dois lábios.


Certifique-se de fechar bem os lábios e soltar um pequeno sopro de ar para que o P não soe fraco ou parecido com B.


Trava-língua de diagnóstico: 


Pedro pôs o paletó puído para passear na praça parecendo um palhaço pomposo.


Exercícios de dicção:


  • Paulo pediu para Paloma preparar polenta.

  • O pequeno pavão passeia pelo parque.

  • Papagaio pula de poleiro em poleiro.


Trava-línguas de treino:


  • Pamela pinçou um pepino no pote de picles.

  • Plínio aplaudiu a ópera e depois plantou peônias no pátio.



Fonema B


ree

A letra B tem som parecido ao do P, porém é um som sonoro (com vibração das cordas vocais). Capriche na voz e no fechamento dos lábios ao pronunciar o B, senão ele pode soar como P ou até sumir em meio às palavras.


Trava-língua de diagnóstico: 


Beto e Belinha beliscam bolinhos de banana bem doces.


Exercícios de dicção:


  • Bianca brinca de bola no bosque.

  • O bebê babão babou na babá.

  • Bartolomeu baratinou Benedita com bobagens.


Trava-línguas de treino:


  • Bárbara preparou patê de beterraba para Belisário.

  • Binho e Bia buscam bagas no bosque brumoso.


Fonema T


ree

O som T é uma consoante oclusiva surda (sem vibração vocal). A ponta da língua toca o palato duro (céu da boca) e libera um jato de ar.


Fale o T com nitidez ele não deve soar como D nem sumir no fim das palavras.


Trava-língua de diagnóstico: 


Talita tagarelava tanto que Tiago tampou os ouvidos.


Exercícios de dicção:


  • Téo tirou toda a tinta da telha.

  • Tomás tosse toda terça-feira.

  • O tatu tentou tapar um túnel.


Trava-línguas de treino:


  • Dona Teodora detesta tinta tóxica.

  • Tito tentou treinar truques o tempo todo.


Fonema D


ree

O D é a versão sonora do T a língua faz o mesmo movimento, mas as cordas vocais vibram. Dê energia ao D para que ele não soe como T.


Em palavras como "dia" ou "digno", tome cuidado para não pronunciá-las como "djia" ou "djigno", mantendo o D claro.


Trava-língua de diagnóstico: 


Denise deu doces de damasco para Daniel.


Exercícios de dicção:


  • Dona Dolores dança descalça.

  • Dois dados dourados deram sorte.

  • Dudu dorme durante o dia.


Trava-línguas de treino:


  • Tadeu e Davi dividiram tarefas domésticas.

  • Dorotéia decidiu dar desconto no domingo.


Fonema C (som /k/)


ree

Aqui abordamos o som /k/ (como em casa ou kilo). Trata-se de uma consoante oclusiva surda produzida com a parte de trás da língua no céu da boca.


Em português, esse som aparece representado por C (antes de A, O, U), QU (como em que/qui) e pela letra K em palavras de origem estrangeira.


Pronuncie o /k/ com firmeza para não trocá-lo por G (seu par sonoro).


Trava-língua de diagnóstico: 


Caio cozinhou quiabo cru com caldo de cana.


Exercícios de dicção:


  • Carina cortou o cabelo curtinho.

  • Um químico queimou a quermesse.

  • Caco comeu cascas crocantes.


Trava-línguas de treino:


  • O quilograma de queijo caiu na cozinha.

  • Kátia quer quinze quilates de cristal.


Fonema G (som /g/)


ree

O som /g/ (como em gato) é o par sonoro do /k/. Produzimos o G encostando a parte de trás da língua no palato mole, mas fazendo a voz vibrar.


Na escrita, usamos G (gato, gosto, gula) ou GU (quando vem antes de E ou I, como em guerra/guisa) para representar esse som.


Pronuncie o G de forma clara, ativando a voz, para não confundi-lo com C/K.


Trava-língua de diagnóstico: 


A goiaba grande grudou na garganta.


Exercícios de dicção:


  • Guto ganhou um gato guloso.

  • Gabriel e Gustavo gostam de goiaba.

  • Graciela guardou grampos grandes.


Trava-línguas de treino:


  • Cadu ganhou um canguru gago.

  • Gustavo agarrou o ogro do agreste.


Fonema F


ree

O som F é uma fricativa surda produzida com os dentes superiores tocando o lábio inferior enquanto o ar passa (como se fosse um sopro).


Certifique-se de dar força a esse sopro um F fraco pode parecer um V (que é o som sonoro equivalente) ou simplesmente sumir na fala.


Trava-língua de diagnóstico: 


Fábio fatiou frutas frescas para a festa.


Exercícios de dicção:


  • Fifi fritou filés finos.

  • O fotógrafo faz fotos fantásticas.

  • Fernando faz faculdade de Física.


Trava-línguas de treino:


  • Fábio viu a foca virar fruta.

  • As fadas ofegantes folheavam fotos.



Fonema V


ree

O som V é a versão sonora do F, com a mesma postura de lábios e dentes, mas vibrando as cordas vocais. Para um V bem nítido, mantenha a voz ligada durante a fricção do lábio.


Não deixe o V virar F sinta a garganta vibrar ao pronunciá-lo.


Trava-língua de diagnóstico: 


Vovó virava a vassoura ao avesso.


Exercícios de dicção:


  • Viviane viajou para Vitória.

  • Os vizinhos vão votar.

  • Vamos ver vagens verdes.


Trava-línguas de treino:


  • Vinícius vestiu a velha valise verde.

  • A vaca vaidosa vive viajando.


Fonema S


ree

O som S é uma fricativa surda, aquele chiado característico do ar passando por uma pequena abertura entre a língua e o céu da boca.


O S aparece de várias formas na escrita ("s" inicial, "ss", "ç", "s" final etc.), mas o som base é o mesmo.


Procure soprar o S sem usar a voz, evitando transformá-lo em Z no meio das palavras (erro comum de dicção).


Trava-língua de diagnóstico: 


Sílvia assistiu à sessão sem sorvete.


Exercícios de dicção:


  • Sexta-feira sem salada.

  • O sorvete é super saboroso.

  • A samambaia secou sozinha.


Trava-línguas de treino:


  • Sócrates só sorria sob a samaúma.

  • Sete serpentes sibilantes silenciaram o sapo.


Fonema Z


ree

O som Z é o chiado sonoro parecido com o som de uma abelha ("zzz"). Pronuncie o Z vibrando as cordas vocais durante o sopro do ar.


Em português, o Z aparece tanto na letra Z quanto representado pelo S entre vogais (por exemplo, "casa" se pronuncia /káza/).


Tenha cuidado para não deixar de vibrar a voz, senão o Z vira S.


Trava-língua de diagnóstico: 


O Zorro ziguezagueava no zoológico.


Exercícios de dicção:


  • Luiza zuniu zangada.

  • Bezerro zonzo zigzagueia.

  • Os vizinhos avisaram do vazamento.


Trava-línguas de treino:


  • O zumbido do zangão deixou Zoroastro zonzo.

  • A zebra Zoraide zanzava no zigue-zague.


Fonema CH (som de "x")


ree


Este fonema corresponde ao som "x" ou "ch" em palavras como "chuva" ou "xícara". É uma fricativa surda palatal, semelhante ao sh do inglês.


Para pronunciá-la, coloque a língua levemente próxima ao céu da boca (região palatal) e deixe o ar passar fazendo um chiado prolongado.


Não confunda o som de CH com S (que é mais frontal) nem com J (que é sonoro).


Trava-língua de diagnóstico: 


O chefe chinês deixou a xícara cheia de chá.


Exercícios de dicção:


  • Chico chuta caixas.

  • A chuva molhou a mochila.

  • Faixa cheia de charque.


Trava-línguas de treino:


  • O luxuoso xale roxo era charmoso.

  • A faixa roxa enroscou no chalé.


Fonema J (som de "j")


ree

O som /j/ em português (escrito com J ou G antes de E/I) é uma fricativa palatal sonora basta imaginar o som do CH, mas usando a voz.


Exemplos: joia, gelo, jantar, girafa. Ao praticar, mantenha a língua na posição do chiado enquanto faz um som de zumbido com a voz.


Cuidado para não deixar o J sem voz (virando CH) nem confundi-lo com Z.


Trava-língua de diagnóstico: 


Jorge e Genésio ajeitaram o jaleco bege.


Exercícios de dicção:


  • Juliana jogou gelatina.

  • O jacaré jantou jaca.

  • A geladeira de Geórgia gela geleia.


Trava-línguas de treino:


  • Jandira achou o gesso nojento.

  • O genioso Janjão agiu como um jumento.


Fonema L


ree

A consoante L é produzida com a ponta da língua tocando os dentes superiores e deixando o ar escapar pelos lados da língua (por isso chamamos de lateral).


No começo das sílabas (como em lado ou falar), o L tem som claro; já no fim das sílabas (sal, sol), no português brasileiro ele tende a soar como um U nasalizado. S


e quiser uma dicção mais formal, pratique pronunciar o L final tocando a língua no céu da boca. Fique atento também para não trocar L por R.


Trava-língua de diagnóstico: 


Laís levou laranjas lá do litoral.


Exercícios de dicção:


  • Lili lambeu o pirulito.

  • Laura late literalmente.

  • Luana limpou o lustre.


Trava-línguas de treino:


  • Luís lia o livro de Lelê lentamente.

  • Latifúndios lunares cultivam lulas liliputianas.


Fonema LH


ree

O LH representa um som lateral palatal, pronunciado com a língua elevada em direção ao céu da boca, semelhante ao "lh" em filho.


É um som típico do português, que deve soar diferente de um L simples. Imagine o som do "lh" como um L mais suave, quase como o "gli" do italiano.


Evite trocar LH por um simples I (por exemplo, pronunciando "malha" como "maia").


A prática vai ajudar a deixar seu LH bem definido.


Trava-língua de diagnóstico: 


A abelha velha pulou na palha molhada.


Exercícios de dicção:


  • O coelho beliscou a folha.

  • O alho está molhado.

  • O filhote olha a bolha.


Trava-línguas de treino:


  • A trilha da velha mulher brilhava.

  • O malho de milho espalhou palha.


Fonema M


ree

A consoante M é um som nasal bilabial para pronunciá-lo, feche os lábios e deixe o som vibrar na cavidade nasal (pense no som "mmmmm" de quem saboreia algo gostoso).


No fim das sílabas, o M não é totalmente pronunciado ele apenas nasaliza a vogal anterior (por exemplo, "bom" soa /bõ/).


Mesmo assim, para uma boa dicção, convém treinar essas nasalizações para que sejam audíveis e não se percam.


Lembre-se: apesar de M e N serem ambos nasais, não confunda seus pontos de articulação (M é com os lábios, N com a língua nos dentes superiores).


Trava-língua de diagnóstico: 


Mariana mordeu a manga madura.


Exercícios de dicção:


  • Mamãe me mima muito.

  • O menino maluco comeu melado.

  • Uma múmia mumificou meu mapa.


Trava-línguas de treino:


  • Um homem come um bombom com rum.

  • Mariana amassou muitas mangas maduras.



Fonema N


ree

A consoante N é um som nasal produzido com a língua tocando a gengiva dos dentes superiores (como se fosse fazer um D, mas deixando o ar sair pelo nariz).


Assim como o M, o N no fim das sílabas nasaliza a vogal anterior (por exemplo, "pan" soa /pãn/). É importante treinar o N para dar clareza às palavras, diferenciando, por exemplo, "mala" de "mana".


Certifique-se de vibrar o som no nariz e não trocar N por M.


Trava-língua de diagnóstico: 


Nando não entendeu nada da novidade.


Exercícios de dicção:


  • Nina nana o neném.

  • O navio navega de noite.

  • O menino danado apronta.


Trava-línguas de treino:


  • Antônio cantava enquanto Inês dançava.

  • No Canadá, o canário nasceu nanico.


Fonema NH


ree


O NH representa o som nasal palatal, como o ñ espanhol (por exemplo, "montaña"). Para pronunciá-lo, a língua toca o palato como no som de N, porém direcionando o ar pelo nariz, resultando nesse som nh.


É importante não substituir NH por NI separado "ranho" (com NH) soa diferente de "ránio" (RÁ-niu). Dedique tempo para distinguir esse fonema.


Trava-língua de diagnóstico: 


A aranha tinha uma manha estranha.


Exercícios de dicção:


  • Minha canhota dói.

  • A banhista espantou o passarinho.

  • Minha unha roxa.


Trava-línguas de treino:


  • Nhanhá cozinhou nhoque no jantar.

  • Nenhum vinho tinha o sabor do sonho.


Fonema R brando (R simples)


ree

Chamamos de R brando o som de R simples, aquele r levemente vibrante que ocorre entre vogais ou no fim de sílabas (por exemplo, "caro", "porta", "mar").


Para produzi-lo, a língua dá uma leve batida no alto da boca, parecida com o R do espanhol. Se você tem dificuldade, pratique fazendo um som de "DT" rápido.


É comum crianças trocarem R brando por L ao falar (ex.: dizer "palado" em vez de "prato"). Portanto, treine para deixar o R brando distinto.


Trava-língua de diagnóstico:


A arara laranja era querida.


Exercícios de dicção:


  • O barulho da perereca.

  • O guri feriu a perna.

  • A barata curvada parou.


Trava-línguas de treino:


  • O trabalho trimestral trouxe troféu.

  • O pernil do touro era tenro.



Fonema R forte (RR)


ree

Já o R forte é aquele som marcante no início de palavras (R inicial) e no RR duplo. Muitos brasileiros o pronunciam como um som aspirado parecido com H (ex.: "rato" ≈ "hato"), enquanto outros fazem uma vibração gutural (lembrando o R do francês).


É um som fricativo e surdo na maioria dos sotaques. Para treiná-lo, você pode imaginar que vai fazer um som de gargarejo ou um H forte e prolongado.


Não desanime esse R realmente exige prática até soar natural!


Trava-língua de diagnóstico: 


O rato rabugento roeu a rapadura.


Exercícios de dicção:


  • O Renato rasgou a rede.

  • Rico resolve reagir.

  • A raposa raivosa rugiu.


Trava-línguas de treino:


  • O rápido rodamoinho arrastou o carro.

  • Rubro e rico, o rei riu do rumor.


Encontros consonantais desafiadores


Três pratos de trigo para três tigres tristes
Três pratos de trigo para três tigres tristes

Alguns dos trava-línguas mais difíceis envolvem encontros consonantais, ou seja, duas consoantes juntas na mesma sílaba.


Nesses casos, precisamos articular transições rápidas, como vibrar a língua imediatamente após outra consoante.


Um exemplo clássico é: "Três pratos de trigo para três tigres tristes" repare no grupo TR, repetido várias vezes.


Para treinar encontros como PR, PL, TR, DR, BR, BL e outros, vale a pena praticar alguns trava-línguas focados neles:


  • PR/BR: O prato pronto pertence ao padre Pedro.

  • PL/CL: A plateia aplaudiu Cleusa, que colou cartazes com cola colorida.

  • TR/DR: Trinta dromedários troteavam entre as trilhas áridas do deserto.

  • FR/GR: Frei Gregório fritou frango fresco na frigideira grande.

  • PL/PR/TR: A princesa platinada trouxe provas precisas do tesouro pirata.


Perceba como, em cada frase, várias palavras exigem passar de uma consoante para outra rapidamente (como tr, pr, pl, etc.).


Comece falando devagar para ajustar a posição da língua e dos lábios em cada combinação, depois aumente a velocidade aos poucos.


Esses exercícios fortalecem sua agilidade articulatória e garantem que mesmo sequências difíceis de sons saiam claras.


Dicas finais de oratória e dicção


Para fechar, vale reforçar algumas estratégias gerais que complementam os exercícios de trava-línguas:


  1. Trabalhe a respiração: Uma boa dicção começa com controle respiratório. Pratique respirações profundas, usando o diafragma, e tente sincronizar sua fala com a expiração. Um exercício útil é soltar o ar pronunciando sons contínuos como S, Z, J e CH, para fortalecer o apoio respiratório. Isso ajuda a dar potência à voz e evita falta de ar ao falar.


  2. Articule exageradamente (no treino): Ao praticar, exagere movimentos de lábios e língua. Abra bem a boca nos sons das vogais e destaque as consoantes. Isso acostuma sua musculatura facial a articular com clareza. Na hora da fala normal, a articulação sairá na medida certa.


  3. Comece devagar e vá aumentando o ritmo: Não tente falar os trava-línguas rapidamente de primeira. Priorize a clareza antes da velocidade. Conforme for ganhando confiança, acelere gradualmente, mas sem atropelar os sons.


  4. Pratique consistentemente: Dedique alguns minutos todos os dias a exercícios de dicção. A melhora ocorre aos poucos em semanas de treino você notará os resultados. A consistência é mais importante do que sessões longas e esporádicas.


  5. Leia em voz alta: Ler textos em voz alta diariamente é um hábito excelente. Escolha um livro, notícia ou qualquer texto e leia articulando bem cada palavra. Isso amplia seu vocabulário e treina sua fluência ao mesmo tempo.


  6. Grave e escute sua voz: Uma forma eficaz de perceber falhas de dicção é gravar-se falando (ou lendo) e depois se ouvir. Identifique onde sua fala soa menos clara e foque nesses fonemas nos próximos treinos.


  7. Cuide da postura e relaxe a mandíbula: Ombros tensos e maxilar travado prejudicam a voz. Antes de falar, faça alguns alongamentos no pescoço e exercícios simples, como abrir e fechar a boca lentamente, bocejar ou massagear a mandíbula, para liberar a tensão. Com a musculatura relaxada, a articulação fica mais solta.


  8. Mantenha a hidratação: Boca e garganta secas atrapalham a dicção. Beba água ao longo do dia e especialmente antes de falar por longos períodos.


  9. Confie e projete a voz: Por fim, a oratória envolve não só pronúncia, mas também entrega. Fale com confiança, projete sua voz para que alcance todos os ouvintes (imagine que sua voz deve "encher" o ambiente). Isso dará autoridade ao que você diz e também favorece a dicção, pois você naturalmente articulará melhor quando quer ser ouvido claramente.


Lembre-se que falar bem é uma habilidade desenvolvida.


Com prática regular, atenção aos pontos fracos e essas estratégias de apoio, sua dicção e oratória irão evoluir consideravelmente.


Como qualquer treinamento, dedicação e paciência são fundamentais. Boa sorte nos exercícios e bons discursos!


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